Limamil

2017

Oficina de Cianotipia

Tirando partido do habitat natural da ilha de figueiredo, propôs-se aos participantes, através da técnica da cianotipia, registar a paisagem. A extrema simplicidade técnica deste processo permitiu que qualquer pessoa, de qualquer idade, sem precisar de conhecimentos prévios em fotografia se podesse deixar fascinar por estas formas de magia fotográfica.

2015

Transfotografia #002

A arte é de facto uma forma única, espantosa, de tornar simples e claras coisas extremamente complexas. Carlos Paredes (1925 – 2004)

Se é do conhecimento geral que Fotografia é uma técnica através da qual se desenha com a luz – basta termos em consideração a etimologia da palavra -, será fundamental considerar outros comprometimentos na construção da imagem para além deste princípio básico: focagem, distância focal, profundidade de campo, cor, superfície, contraste ou velocidade.

O grau de exigência de conhecimentos, assim como a complexidade da manipulação, aliada à quantidade de meios, processos e mecanismos que ampliam possibilidades de utilização da Fotografia desde a sua criação até à atualidade – do analógico ao digital - tem servido aos mais diversos fins e utilizações, tornando-se simultaneamente acessível a qualquer um de nós. 

Em modo de apresentação sucinta o trabalho que Limamil tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos 25 anos resulta de um profundo conhecimento desta técnica desde as suas origens e de uma paixão quase obsessiva que o fez ultrapassar a bengala da sedução para um modus operandi que se baseia na criação plástica através desta técnica por via de uma transgressão consciente.

Em conversas tidas com o autor percebemos o seu interesse pelos dispositivos e mecanismos da fotografia – coleciona máquinas e livros da especialidade cuidando-os com afeto e tratando-os como joias. O seu encantamento pelo passado “ainda não havia eletricidade e portanto as máquinas projetavam luz através de lamparinas a petróleo” é alimentado pela evolução técnica e qualidade artística de uma enorme diversidade de autores – fotógrafos e artistas plásticos. 

Assim nasce o projeto artístico Transfotografia, alicerçado à ideia de que a imagem impressa não tem cabimento, mas que resulta em objetos escultóricos que se baseiam estruturalmente nos princípios fundamentais da fotografia e nos fenómenos históricos, físicos, químicos e mecânicos. Estes objetos não são imagens mas podem criar, produzir ou mesmo destruir a imagem impressa. 

As suas esculturas sugerem “circuitos industriais ou unidades fabris” sem preocupação com uma estrutura narrativa ou mesmo cronológica. 

São mecanismos que nos convidam a uma ação performativa e de uma riqueza aparentemente simples.

Rute Rosas

Bio

O momento mais marcante do seu percurso foi na adolescência quando adquiriu a sua primeira máquina fotográfica, uma Kodak 110, que lhe custou quase três semanas de mesada. A partir dessa data nunca mais largou a fotografia!
Fez o bacharelato em Fotografia, na Escola Superior Artística do Porto.
É licenciado em TCAV – Ramo Fotografia, pelo Politécnico do Porto e concluiu o Mestrado de Arte e Multimédia, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), com uma dissertação sobre foto-instalação.
É docente no curso de Fotografia da Escola Superior Artística do Porto, desde 1999, e Técnico de Fotografia na FBAUP, desde 2004.
Foi monitor de Fotografia no Instituto Português de Fotografia e, em 2002, foi Teacher Assistant no International Center of Photography, em Nova Iorque.
Realiza trabalhos de documentação fotográfica para instituições públicas e privadas, desde 1997.
Tem desenvolvido diversos projectos como comissário e artista. Expõe regularmente sob o pseudónimo de limamil e o seu trabalho está representado em diversas instituições e coleccionadores privados.